meia laranja

Fecho os olhos. Oiço a música. Ela entra dentro de mim, como um menino que discretamente tira um rebuçado do bolso da mãe. A melodia entra. Vem devagarinho. Vem, vem vem ... E oiço de olhos fechados, pois a música ouve-se mlehor com os olhos fechados. Começo a imaginar. As ideias misturam-se. Forma-se no meu 'palco da imaginação' , uma imagem ... as memórias entram disparadas... mas um disparado harmónico. Oiço o piano. E sempre nque oiço o piano , lembro-me de uma bailarina... e depois lembro-me do sonho do violinista. Sempre que penso nesse sonho, o do violinista a tocar com uma bailarina a dançar, arrepio-me toda. Repentinamente, depois de tudo o que posso imaginar relatvamente ao sonho, lembro-me do meu medo, dos meus medos. E abro olhos brusacamente, num sobressalto. Tenho tanto medo. Aquele medo. Tenho medo. E tenho medo. Acho que só quando encontrar aquilo que realmente ando à procura é que vou perder o medo. Só aí. Não se procura, geralmente encontra-se num acaso. E o acaso quando chega? Demoras muito?